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SAÚDE PÚBLICA

Pólio volta a rondar a África

Menina recebe vacina contra a pólio na Somália durante campanha realizada em 2019

WHO / Ilyas Ahmed

No final de março, quatro países africanos anunciaram uma campanha de vacinação em massa contra a poliomielite, infecção viral que pode levar à paralisia dos membros. Malawi, Zâmbia, Zimbábue e Tanzânia pretendem imunizar 23 milhões de crianças, segundo reportagem de 21 de março do jornal britânico The Guardian. A razão da campanha foi a confirmação em fevereiro de um caso de paralisia infantil provocado pelo vírus selvagem no Malawi. Uma menina de 3 anos começou a apresentar sinais de paralisia em novembro de 2021. Análises do material genético do vírus indicaram que ele pertence a uma cepa que ocorre no Paquistão, uma das duas nações do mundo em que o vírus selvagem é endêmico – a outra é o Afeganistão. Essa é a primeira ocorrência desde que a África recebeu o certificado de área livre da pólio selvagem, em 2020, e o primeiro caso do Malawi em 30 anos. Além desse surto, 12 países africanos vivem uma explosão de casos de pólio provocada pelo vírus da vacina oral. O imunizante é feito com vírus atenuado, que é liberado nas fezes e pode sofrer mutações, infectando crianças não vacinadas ou com imunização incompleta. Houve cerca de 300 casos em 2019 e mais de 500 tanto em 2020 como em 2021 (Science, 3 de março).

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