O convívio entre os Homo sapiens e os neandertais, hominídio extinto bastante próximo do homem moderno, é um dos temas mais polêmicos da evolução humana. Um estudo de dois matemáticos, o brasileiro Armando G.M. Neves, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e o italiano Maurizio Serva, da Universidade de Aquila, calculou com que frequência as duas espécies trocaram genes até 45 mil anos atrás no Oriente Médio para que os humanos atuais de origem não africana tenham entre 1% e 4% de DNA nuclear proveniente dos neandertais, conforme revelado por um estudo recente. Segundo o trabalho, na melhor das hipóteses a cada 12 gerações um humano e um neandertal geraram descendentes. Na pior, essa taxa sobe para uma troca de genes a cada 77 gerações (PLoS One, 12 de outubro). Considerando um período de 130 mil anos de coexistência, cerca de 10 mil indivíduos das duas espécies mantiveram contato, embora um número muito menor tenha participado efetivamente do processo de troca genética. O estudo propõe ainda que os neandertais poderiam ser tão aptos quanto os humanos e que sua extinção, cerca de 30 mil anos atrás, pode ter sido um evento puramente casual.
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