A FAPESP está lançando edital para a inscrição de grupos de pesquisadores no Programa Tecnologia da Informação no Desenvolvimento da Internet Avançada (Tidia). Criado em 2001, o programa quer estimular a pesquisa de novas tecnologias para a Internet, oferecendo a infra-estrutura de rede de fibra óptica necessária para a realização de testes de equipamentos (hardware), desenvolvimento de software e criação de conteúdos acadêmicos digitais, com ênfase no ensino a distância. “Vamos tornar disponível uma rede de fibra óptica de alta velocidade para possibilitar experimentos que, realizados em laboratório, podem não refletir o comportamento das tecnologias no mundo real”, comenta Luis Fernandez Lopes, presidente da comissão de coordenação do Tidia.
O programa, que se apóia na cooperação entre centros de pesquisa e prevê parcerias com a iniciativa privada e o governo, tem três grandes áreas: infra-estrutura de rede, conhecida como test bed, incubadora de conteúdos digitais e ensino a distância (e-learning). Na primeira, os pesquisadores poderão usar fibras ópticas apagadas, isto é, inativas, para testes. “A rede será um campo de testes para avaliar, por exemplo, um equipamento para a ampliação de bandas de transmissão ou um protocolo de comunicação”, observa Hugo Fragnito, coordenador da área de infra-estrutura do Tidia.
Democratização do acesso
A segunda área de pesquisa incluída no programa prevê apoio para pesquisas de desenvolvimento de software e conteúdos acadêmicos, beneficiando projetos de digitalização de bibliotecas, entre outros. “Embora já seja possível consultar dicionários de língua portuguesa na web, não há nenhuma obra integral disponível para download (transferência para o computador)”, observa Imre Simon, coordenador da incubadora de conteúdos digitais do Tidia.
Por fim, na área de e-learning, o Tidia promoverá a interação entre os pesquisadores de ferramentas de software e os especialistas na confecção de material didático, para viabilizar, em meio eletrônico, um nível de eficácia similar ao da educação tradicional. “A produção de materiais didáticos que possam ser acessados em qualquer lugar e a qualquer momento demanda um enorme esforço de padronização e grande cuidado para assegurar uma boa interatividade, flexibilidade e facilidade de uso”, comenta Wilson Vicente Ruggiero, coordenador da área de ensino a distância do Tidia. Todas as ferramentas utilizadas nos projetos terão código aberto, ou seja, permitem correção e controle da aplicação.
A FAPESP começa a assinar acordos com prestadores de serviços de telecomunicações para oferecer aos pesquisadores uma rede de fibra apagada, ligando, em um primeiro momento, São Paulo, Campinas e São Carlos, à velocidade de 400 gigabits por segundo. Para se ter umaidéia do que isso significa, basta lembrar que as conexões de banda larga domésticas operam a velocidades variáveis entre 256 kilobits e 2 megabits por segundo.
Republicar