Imprimir PDF Republicar

Pellets

Lixo quase invisível nas praias

De grão em grão, toneladas de pellets se espalham em praias do litoral paulista

De grão em grão, toneladas de pellets se espalham em praias do litoral paulistaDanilo Balthazar Silva / IO-USP

A quantidade de grânulos plásticos, os chamados pellets, com diâmetro de 3 a 5 milímetros, misturados com a areia das praias, parece ser maior que a imaginada. Apenas 10% dos pellets encontram-se à superfície da areia, e a maior parte se esconde a uma profundidade de até dois metros, de acordo com um levantamento realizado em Santos e São Vicente, cidades do  litoral sul do estado de São Paulo. “Queríamos ver até que profundidade os pellets chegavam”, diz o biólogo Alexander Turra, professor do Instituto de Oceanografia da Universidade de São Paulo (IO-USP) e coordenador do estudo (Scientific Reports, 27 de março). “Cavamos, cavamos e continuávamos achando os grânulos plásticos.” Com sua equipe, Turra estimou em 15 toneladas a quantidade de pellets acumulada na areia da área amostrada, com cerca de sete quilômetros de extensão. Esse material deve provir de empresas produtoras e usuárias desse tipo de plástico ou da perda dos pellets durante o transporte e armazenamento em contêineres. Em conjunto com o Instituto Plastivida, Turra está elaborando um manual de procedimentos para as empresas poderem reduzir a perda de pellets. “Não é possível retirar os pellets da praia, mas podemos impedir a entrada de mais”, propõe o pesquisador do IO.

Republicar