Durante a Exposição Nacional, no Rio de Janeiro, em 1861, os cariocas se espantaram com uma máquina diferente, na qual era possível imprimir sinais taquigráficos apenas pressionando teclas. O invento ficou exposto por 44 dias e foi um dos nove premiados com uma medalha de ouro, entre 1.136 participantes. O padre paraibano Francisco João de Azevedo (1814-1880), inventor da máquina taquigráfica, terminoupor transformá-la, com simples modificações, em máquina de escrever. Mas quem levou a fama e a patente foi o inventor norte-americano Christopher Latham Sholes. E Azevedo entrou para a galeria de inventores injustiçados, como Santos Dumont (avião) e Landel de Moura (rádio).
Entre junho e dezembro de 1872, um estrangeiro, provavelmente norte-americano, levou o protótipo da máquina de Francisco João de Azevedo para o exterior. O padre teria sido dissuadido a deixar levarem o protótipo com a promessa de que havia pessoas interessadas em fabricá-lo. Em março de 1873, Christopher Latham Sholes apresentou como seu um modelo praticamente idêntico à máquina brasileira para os armeiros Remington, que a industrializaram.
Antes de Francisco João de Azevedo, há relatos sobre outras tentativas de se construir máquinas de escrever, em 1714 e 1833. A diferença é que o modelo brasileiro foi o primeiro a funcionar. Azevedo criou seu invento no Arsenal de Guerra de Pernambuco, no Recife, oficina onde se fabricavam equipamentos para o Exército.
O padre construiu a máquina taquigráfica pensando em algo prático para registrar discursos e debates orais rapidamente. Em seguida, transformou-a em uma máquina de escrever. Seu desejo era levá-la à Exposição de Londres, em 1862, mas a comissão encarregada vetou o projeto, alegando que não havia mais espaço no pavilhão brasileiro.
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