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genética

Isolados por 100 mil anos

Membros da tribo de caçadores e coletores da Namíbia: hábitos preservados por centenas de gerações

Stephan C. Schuster / Universidade Estadual da Pensilvânia Membros da tribo de caçadores e coletores da Namíbia: hábitos preservados por centenas de geraçõesStephan C. Schuster / Universidade Estadual da Pensilvânia 

Por dezenas de milhares de anos os Khoisan, do sul da África, foram a maior população do planeta. Só há 22 mil anos esse povo que vive do pastoreio, da caça e da coleta de alimentos começou a ser suplantado por outras etnias africanas, inclusive as que deram origem aos europeus e asiáticos. Hoje restam 100 mil falantes de Khoisan, enquanto os outros povos, juntos, somam 7 bilhões de pessoas. Desde que se separou da outra linhagem de humanos modernos entre 150 mil e 100 mil anos atrás, o povo Khoisan ficou isolado, segundo estudo de Stephan Schuster, da Universidade Estadual da Pensilvânia. Ele e colaboradores – entre eles o brasileiro Álvaro Montenegro Neto, da Universidade Estadual Paulista em São Vicente e da Universidade Estadual de Ohio – sequenciaram o genoma de cinco Khoisan e de um falante de Bantu. Depois compararam com outros oito genomas e com 420 mil variações gênicas de 1.462 indivíduos de 48 etnias. Constataram que os Khoisan diferem não só de europeus e asiáticos, mas dos demais africanos (Nature Communications, 4 de dezembro). A diversidade genética que os Khoisan mantiveram desde a separação indica que, no passado, tiveram uma população maior do que as outras.

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