Uma platéia de cerca de 180 pessoas, entre estudantes, leigos e profissionais das áreas médica e biológica, lotou o Teatro Eva Herz, na Livraria Cultura da avenida Paulista, em São Paulo, para participar da mesa-redonda que reuniu os pesquisadores Mayana Zatz e José Eduardo Krieger, o psiquiatra Jorge Forbes e a vereadora Mara Gabrilli, sobre a utilização em pesquisas das células-tronco embrionárias humanas. O debate foi o quinto da série Encontros com a Pesquisa, promovido por Pesquisa FAPESP e a Livraria Cultura. Em comum, os debatedores mostraram-se preocupados com o julgamento no Supremo Tribunal Federal de uma ação que pode derrubar a lei que autorizou pesquisas com células-tronco extraídas de embriões congelados mas considerados inviáveis para gerar um ser humano. A geneticista Mayana Zatz, pró-reitora de Pesquisa da Universidade de São Paulo (USP), traçou um panorama sobre as aplicações das células-tronco e as promessas contra doenças genéticas neuromusculares. José Eduardo Krieger, professor do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da USP, disse que a pesquisa com embriões será fundamental para compreender os mecanismos que levam as células-tronco a se diferenciarem em células típicas de órgãos e tecidos. Jorge Forbes levantou aspectos éticos polêmicos e Mara Gabrilli emocionou a platéia ao narrar sua militância em defesa dos portadores de deficiência, ela que perdeu os movimentos ao sofrer um acidente de automóvel há 13 anos. A próxima mesa-redonda vai abordar o alcoolismo e irá acontecer no mesmo teatro no dia 13 de setembro.
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