Imprimir PDF Republicar

Bioquímica

A química do cheiro dos adolescentes

Léo Ramos Chaves / Revista Pesquisa FAPESP Jovens passeiam em viaduto no centro da cidade de São PauloLéo Ramos Chaves / Revista Pesquisa FAPESP

Por que há uma mudança no odor na passagem da infância para a adolescência? Há uma explicação química, de acordo com estudo coordenado pela química Helene Loos, da Universidade Friedrich-Alexander, na Alemanha. O grupo detectou semelhanças e diferenças ao comparar adolescentes (14-18 anos) e crianças pequenas (0-3 anos). Depois da puberdade, surgem dois hormônios – androstenona e androstenol – ligados ao vulgo cc ou cheiro de corpo, expressão que denota um odor forte e desagradável. Adolescentes também se distinguem por ter mais ácido dodecanoico, cujo odor é descrito como de cera ou sabão; alfa-isometilionona, com aroma de violeta; ácido 4-etiloctanoico, um aroma nauseante, associado a bodes; e álcool de patchuli, que há algumas décadas fazia sucesso como perfume. Bebês e crianças pequenas, por outro lado, têm mais vanilina, que confere aroma de baunilha. Estudos anteriores indicam que as mães conseguem distinguir o aroma de seu próprio bebê, mas não o cheiro exalado por seu adolescente, que pode ser aversivo. A diferença pode estar relacionada com a necessidade de cuidado nos primeiros anos, em contraste com a importância de abrir espaço para a independência depois da puberdade (American Council of Science and Health, 13 de maio; Communications Chemistry, 21 de março).

Republicar