O psiquiatra Donald Kornfeld, professor emérito da Universidade Columbia, em Nova York, publicou na revista Accountability in Research um estudo comparativo em que analisa como duas das principais agências de fomento à pesquisa dos Estados Unidos lidam com casos de má conduta. Os National Institutes of Health (NIH), que financiam pesquisas no campo biomédico, apoiam um número de projetos quatro vezes maior que o da National Science Foundation (NSF), especializada em ciência básica – já o número de relatórios sobre investigações de má conduta é 2,5 vezes superior na NSF. Enquanto 88% das investigações na NSF concluem pela culpa dos acusados, o índice na NIH é de 42%. O plágio responde por 83,6% das infrações punidas pela NSF, ante apenas 4,8% nos NIH.
De acordo com Kornfeld, as diferenças estão relacionadas ao tipo de público atendido pelas duas agências e de suas publicações. Os clientes da NSF são mais heterogêneos: além de projetos liderados por cientistas renomados sobre temas na fronteira do conhecimento, a agência tem uma forte atuação na área de educação científica, com iniciativas voltadas para estudantes de graduação. As duas agências atuam de forma complementar: a NSF apoia a pesquisa básica em ciências e engenharias, enquanto a área médica fica a cargo dos NIH.
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