Rios invisíveis se formam pela evaporação sobre os oceanos tropicais e fluem para os polos, pela atmosfera. Nesse trajeto, são responsáveis por uma parte considerável da chuva que cai sobre a Terra. Vem daí até 30% da precipitação anual na Europa e nos Estados Unidos, e até 40% das chuvas na Ásia Oriental durante a estação chuvosa. O engenheiro elétrico chinês Weiming Ma, do Laboratório Nacional do Pacífico Noroeste, no estado de Washington, Estados Unidos, agora desenvolveu um método para rastreá-los, conforme ele e colegas descreveram na revista Journal of Geophysical Research: Atmospheres. Eles viram que registros da distribuição da temperatura espacial colhidos por satélite podem servir para gerar um mapa tridimensional de ventos que, combinado com dados de umidade disponibilizados pela agência espacial norte-americana (Nasa), indica a disposição global de correntes atmosféricas carregadas de água. Com essa ferramenta torna-se possível avaliar como os maiores volumes de água que evaporam em consequência do aquecimento global afetam a intensidade das chuvas no planeta – mais do que sua frequência – e contribuem para reduzir a camada de gelo nos polos (Science Alert, 26 de fevereiro).
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