Em 1975, uma em cada duas mulheres amamentava apenas até o segundo ou terceiro mês de vida da criança no Brasil. Em 1999, uma em cada duas mulheres amamenta até o décimo mês após o nascimento. Será que esse aumento pode ser apresentado como um sucesso? O artigo Reflexões sobre a amamentação no Brasil: de como passamos a dez meses de duração, da pesquisadora Marina Ferreira Rea, da Coordenação dos Institutos de Pesquisa da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, tem como propósito responder a pergunta, além de rever a trajetória do Programa Nacional de Incentivo ao Aleitamento Materno no Brasil (PNIAM). O estudo divide o processo de amamentação em quatro períodos. O primeiro, de 1975 a 1981, foi marcado pela pouca mobilização. O início das campanhas da mídia marcou a segunda fase, que foi de 1981 a 1986. O surgimento das políticas de amamentação marca o terceiro período, de 1986 a 1996. A última fase analisada, que já engloba as políticas de proteção às mulheres, foi de 1996 a 2002. Apoiada também em políticas públicas internacionais relacionadas ao tema amamentação, a autora do artigo descreve um dos desafios que precisa ser enfrentado: “O desafio que se coloca para o futuro é a necessidade de continuar a promover a amamentação exclusiva até o sexto mês, e buscar formas de promover a alimentação complementar adequada sem interromper a amamentação até pelo menos o segundo ano de vida”.
Cadernos de Saúde Pública, vol. 19 supl.1, Rio de Janeiro, 2003
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2003000700005&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt
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