Muitos cientistas receberam ofensas e ameaças nos últimos dois anos por conta de seus estudos sobre a Covid-19, segundo levantamento publicado pela revista Science em 24 de março. A equipe da publicação convidou pouco mais de 9,5 mil pesquisadores com trabalhos publicados sobre o novo coronavírus para responder a um questionário sobre o assédio sofrido no período. Dos 510 que concordaram em participar, 38% afirmaram ter recebido diferentes tipos de ataques nas redes sociais, por e-mail, telefone ou até mesmo pessoalmente. A maioria dos casos envolveu insultos pessoais, mensagens questionando ou desqualificando o trabalho desses profissionais e acusações de desonestidade ou corrupção (ver gráfico). Para alguns, a situação foi mais extrema: 6% receberam mensagens desejando-lhes algum mal ou a morte e 3% foram diretamente ameaçados. Muitos participantes disseram ter desenvolvido quadros de ansiedade e temerem pela reputação. Outros passaram a fazer uso abusivo de substâncias ou desenvolveram doenças ou lesões ligadas ao estresse.
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