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BOAS PRÁTICAS

Artigos de ganhador do Prêmio Nobel sofrem retratação

Quatro artigos científicos publicados por um dos ganhadores do Prêmio Nobel de Medicina ou Fisiologia de 2019 foram retratados pela revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), que encontrou evidências de manipulação ou duplicação de imagens nos trabalhos. Pesquisador da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, o pediatra e oncologista norte-americano Gregg Semenza, de 66 anos, é um especialista em mecanismos moleculares que ajudam as células, inclusive as cancerosas, a se adaptarem a ambientes pobres em oxigênio. Ele dividiu o prêmio de 2019 com o norte-americano William Kaelin Jr., da Universidade Harvard, e o inglês Peter Ratcliffe, da Universidade de Oxford.

As notas de retratação descrevem os problemas observados nas imagens, mas afirmam que as conclusões gerais dos trabalhos provavelmente continuam válidas. Os quatro artigos haviam sido publicados entre 2009 e 2014 e têm relação com a linha de pesquisa que rendeu o Nobel. Juntos, já haviam recebido mais de 750 citações. As suspeitas de manipulação de imagens vieram à tona logo que Semenza ganhou o prêmio. A fonte da denúncia foi Claire Francis, um pseudônimo bastante conhecido por editores de revistas científicas, que desde 2010 envia alertas anônimos por e-mail ou aponta erros e fraudes no site PubPeer, onde é possível publicar comentários sobre qualquer artigo científico (ver Pesquisa FAPESP nºs 215 e 250). Procurado pelo site Retraction Watch, Semenza não quis comentar as retratações.

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