No início de outubro, milhões de besouros avermelhados chegaram inesperadamente e devastaram cajueiros e outras árvores na região de Pio IX, leste do Piauí. À noite, agricultores e moradores das cidades encheram baldes com os insetos, atraídos por armadilhas luminosas. A partir de amostras enviadas do campo, o agrônomo Paschoal Coelho Grossi, da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), identificou o inseto como Liogenys pilosipennis. Descrito em 2015 na revista Dugesiana como espécie nova com base em exemplares coletados no Cerrado, tem em média 12,5 milímetros (mm) de comprimento e 6 mm de largura. No final de outubro, especialistas da Embrapa Meio-Norte e de órgãos de defesa agropecuária do Piauí se reuniram para elaborar um plano de combate à praga, que atacou cajueiros pela primeira vez. Eles recomendaram aos agricultores não empregarem inseticidas, já que a região produz mel orgânico, e continuarem utilizando armadilhas luminosas. “Em alguns locais, principalmente onde usavam armadilhas luminosas, a quantidade de besouros está diminuindo, mas em outras continua aumentando”, observa o agrônomo Paulo Henrique Soares da Silva, da Embrapa Meio-Norte. A seu ver, as larvas dos besouros podem ter se proliferado em consequência de um período de chuvas mais longo que o habitual (Dugesiana, julho de 2015; newsletter da Embrapa, 30 de outubro).
O site da revista Pesquisa FAPESP traz uma versão ampliada desta nota.
Republicar