Uma coroa que emerge do solo de areia quartzítica, apresentando uma flor amarelada no centro, que lembra um desenho infantil de Sol, com um miolo rodeado de riscos radiais. Trata-se de um cacto subterrâneo e sem espinhos que cabe na palma da mão, Uebelmannia nuda, exclusivo do Parque Nacional das Sempre-Vivas, na serra do Espinhaço (MG). O gênero Uebelmannia tem quatro espécies, uma das quais coexiste com U. nuda, e todas são muito espinhudas e com caules aparentes acima do solo, o que destaca o novo achado. “Essa espécie notável é tão distinta que foi possível para nosso grupo de colaboradores efetuar a descrição rapidamente, de modo que o ICMBio [Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade] possa elaborar planos de monitoramento e ações de conservação”, conta a botânica Daniela Zappi, da Universidade de Brasília (UnB). Próxima a Diamantina, no norte de Minas Gerais, a área é de difícil acesso: a expedição que encontrou a nova espécie precisou de helicóptero. Mesmo assim, o hábitat da nova espécie sofre ameaças pela extração de cristais (quartzo e pedras semipreciosas) por garimpeiros. Essa situação põe U. nuda em risco de extinção, uma vez que foram encontrados menos de 100 exemplares em uma área de cerca de 4 quilômetros quadrados (Taxon, 29 de maio).
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