Pegadas e trilhas fossilizadas de dinossauros gravadas em rochas na província de Mendoza, na Argentina, estão ajudando pesquisadores argentinos e brasileiros a entender melhor os animais que habitaram aquela região há cerca de 85 milhões de anos, no período Cretáceo Superior (Journal of South American Earth Sciences, agosto). Os rastros foram encontrados em regiões com rios e lagos, em cujas margens a lama se transformou em rocha com a passagem do tempo, preservando evidências indiretas da presença desses animais. Ao todo, o grupo liderado por Bernardo Riga, da Universidade Nacional de Cuyo, Argentina, com a participação do paleontólogo brasileiro Roberto Candeiro, da Universidade Federal de Goiás, identificou 330 rastros bem preservados, compostos por seis tipos de pegadas, em formações geológicas distintas. Na Formação Anacleto, uma camada fossilífera encontrada na região de Neuquén, próxima à fronteira com o Chile, os pesquisadores encontraram 20 rastros de saurópodes titanossaurianos, animais gigantescos de pescoço e cauda longos e cabeça pequena que, nas patas, tinham unhas enormes que usavam como única arma de defesa. As pegadas, eles verificaram, guardam impressões dessas garras, cuja descrição é coerente com a de dois esqueletos fossilizados encontrados recentemente na mesma região. De acordo com os pesquisadores, essa é a primeira vez que pegadas fósseis de titanossauro são corroboradas por esqueletos fossilizados.
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