A doença da “vaca louca”, o aquecimento global e os alimentos transgênicos fizeram mais uma vítima na França: os meios de comunicação. A credibilidade da imprensa, do rádio e da televisão está em baixa, e a cobertura de assuntos científicos, sobretudo de temas polêmicos como os citados, é apontada como uma das principais causas dessa situação. Encomendada pelo jornal La Croix e pela revista Télérama, uma pesquisa realizada pelo instituto de opinião Sofres mostrou que apenas 47% dos telespectadores, 50% dos leitores de jornal e 55% dos ouvintes de rádio acham que as coisas se passam da forma como são publicadas ou vão ao ar.
Em 1999, os índices de confiança nos relatos da TV, imprensa e rádio eram de 58%, 58% e 63%. A sondagem ouviu mil franceses entre os dias 21 e 26 de dezembro de 2000. Ao lado da cobertura política de assuntos ligados aos partidos do país e movimentos de direita, o noticiário científico foi o mais criticado pelos entrevistados. As pessoas ouvidas acham que os jornalistas, na verdade, não explicam direito as notícias vindas dos centros de pesquisa e universidades. Quando o assunto é ciência, dois de cada três jovens entre 18 e 24 anos disseram não estar satisfeitos com o que lêem, vêem e ouvem na televisão, no rádio e nos jornais franceses.
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