A Universidade do Texas, em Austin, convocou um painel de especialistas para investigar a acusação de conflito de interesses contra um de seus pesquisadores mais proeminentes. Charles Groat, que entre 1995 e 2005 presidiu o U.S. Geological Survey, centenária organização de pesquisa do governo, é acusado de omitir sua ligação com a Plains Exploration& Production Company num estudo publicado em fevereiro sobre os riscos e benefícios de uma controversa técnica de perfuração para exploração de gás. Groat participa do conselho da empresa, uma das usuárias dessa técnica.
Um relatório da organização Public Accountability Initiative ressaltou que, se Groat tivesse declarado o vínculo, a percepção sobre os resultados de seu estudo poderia ser diferente. O estudo informa que a técnica não contamina o lençol freático. Groat disse à Agência Bloomberg que não teria como enviesar os resultados, pois o estudo tem vários autores. “Certas conclusões são desfavoráveis à indústria de exploração de gás”, afirmou.
O código de ética da universidade diz que a pesquisa na instituição deve ser “livre de conflitos de interesse pessoais ou institucionais, reais ou aparentes”. Com salário na universidade de US$ 173 mil anuais, Groat recebeu da empresa de gás, em 2011, US$ 413.900 em dinheiro e ações pelos serviços de conselheiro.
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