A eficácia da eletroconvulsoterapia em tratar sintomas depressivos está estabelecida por meio de numerosos estudos desenvolvidos durante as últimas décadas. O objetivo do estudo “Eletroconvulsoterapia na depressão maior: aspectos atuais”, de Paula Barros Antunes, Paulo Silva Belmonte-de-Abreu, Maria Inês Rodrigues Lobato e Marcelo P. Fleck, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e Moacyr Alexandro Rosa, da Columbia University e do New York State Psychiatric Institute, nos Estados Unidos, foi demonstrar o papel dessa terapia no tratamento da depressão e destacar aspectos atuais relativos a sua prática. Foram revisados na literatura estudos de eficácia, remissão de sintomas, fatores preditores de resposta, assim como aspectos atuais acerca da qualidade de vida, percepção dos pacientes, mecanismo de ação, técnica e prejuízo cognitivo. Os principais achados da revisão foram: 1) a eletroconvulsoterapia é mais efetiva do que qualquer medicação antidepressiva; 2) a remissão da depressão com a técnica varia, em geral, de 50% a 80%; 3) ainda é controverso seu efeito nos níveis de fator neurotrófico derivado do cérebro; 4) a terapia tem efeito positivo na melhora da qualidade de vida; 5) os pacientes submetidos a ela, em geral, têm uma percepção positiva do tratamento. A eletroconvulsoterapia permanece sendo um tratamento altamente eficaz em pacientes com depressão resistente. Com o avanço da sua técnica, o tratamento tornou-se um procedimento ainda mais seguro e útil tanto para a fase aguda quanto para a prevenção de novos episódios depressivos.
Revista Brasileira de Psiquiatria – vol. 31, supl. 1 – São Paulo – mai. 2009
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