Doze pessoas no Irã e oito na Índia – todas em estágio avançado de ceratocone, doença que deforma a córnea, a membrana que cobre o olho, e pode levar à cegueira total – receberam uma córnea modificada por meio de bioengenharia com o objetivo de recuperar a visão, sem remoção do tecido ou suturas. Desenvolvido por pesquisadores das universidades de Ciências Médicas de Teerã e de Tabriz, ambas no Irã, e do Instituto de Ciências Médicas de Nova Délhi, na Índia, o implante consistia em colágeno, um tipo de proteína que confere elasticidade aos tecidos, extraído da pele de porco, purificado e tratado quimicamente para aumentar a transparência. Acrescida ao olho após testes de biocompatibilidade em modelos animais, a córnea modificada voltou a ganhar a espessura de antes do ceratocone. Três participantes da Índia, antes cegos, recuperaram plenamente a visão. Dois anos depois, a visão de todos os 20 pacientes havia melhorado em um grau equivalente à do transplante de córnea, a técnica habitual utilizada. Hoje, apenas uma em cada 70 pessoas com risco de perder a visão consegue uma córnea para ser transplantada. Mundialmente, por volta de 13 milhões de pessoas aguardam uma doação de córnea (Nature Biotechnology, 11 de agosto).
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