O trabalho Excesso de peso de escolares em região do Nordeste brasileiro: contraste entre as redes de ensino pública e privada, de Lana do Monte Paula Brasil e Hélcio de Sousa Maranhão, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e Mauro Fisberg, da Universidade Federal de São Paulo, estima a prevalência de excesso de peso em escolares na cidade de Natal (RN). Foi feito estudo transversal com 1.927 crianças, de 6 a 11 anos de idade, de escolas públicas e privadas nas diferentes zonas da cidade. Foram analisadas as variáveis (sexo, faixa etária, tipo de escola e zonas da cidade) e considerados com excesso de peso os escolares com índice de massa corporal para sexo e idade igual ou superior ao percentil 85. Os resultados indicam excesso de peso encontrado em 33,6% das crianças. Não houve diferenças significantes entre os sexos e faixas etárias. Nas escolas privadas, a prevalência de excesso de peso foi 54,5%; nas públicas, 15,6%. Maior prevalência de excesso de peso foi encontrada nas escolas das zonas de melhor índice de qualidade de vida da cidade, isto é, zonas leste-sul (41,3%), quando comparadas às zonas norte-oeste (28,4%). Concluiu-se que a prevalência de excesso de peso em escolares se mostrou alta, demonstrando a necessidade de programas de intervenção e prevenção. A maior prevalência nas escolas privadas, reforçada pelo mesmo achado nas crianças de escolas situadas nas zonas de maior poder aquisitivo da cidade, reflete a importância da associação entre os níveis socioeconômicos mais altos e o excesso de peso, sobretudo o sobrepeso, em regiões em desenvolvimento.
Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil – v. 7 – nº 4 – Recife – out./dez. 2007
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