FABIO VENNI/WIKIMEDIAApesar dos fiscais que visitam casas e procuram por focos do mosquito Aedes aegypti, o transmissor da dengue, surtos da doença se sucedem ano após ano. Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), coordenado pela pesquisadora Nildimar Honório, traz uma possível explicação: a transmissão da dengue pode ocorrer mesmo com baixa infestação. Pelo menos é o que indicam dados de três bairros do Rio de Janeiro – Higienópolis, Tubiacanga e Palmares (PloS Neglected Tropical Diseases). A maior incidência da doença foi encontrada em Palmares, uma favela no subúrbio, onde a densidade de mosquitos se mostrou menor, mas as condições precárias das casas não protegem os moradores dos insetos. Tanto em Palmares como em Tubiacanga, localizados em áreas mais isoladas, os maiores níveis de infecção estão concentrados nas áreas de comércio e em zonas de paradas de ônibus, onde mais pessoas circulam. Já em Higienópolis, um bairro central, a dengue ocorre de maneira mais homogênea. O estudo reforça a ideia de que as pessoas são mais eficientes do que os mosquitos em transportar a doença entre comunidades e dentro delas.
Republicar