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Medicina

Desigualdade marca os serviços médicos no Brasil

Vitória, capital do Espírito Santo, tem 15 médicos para cada grupo de mil habitantes. Macapá, capital do Amapá, apenas 2 para cada mil. “A desigualdade é persistente”, comentou Mário Scheffer, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FM-USP), na manhã de 8 de fevereiro na sede da Associação Médica Brasileira (AMB), na capital paulista, ao apresentar os resultados da sexta edição do Demografia médica no Brasil 2023. Há contrastes acentuados. Enquanto um morador da região Sudeste faz em média 3,9 consultas médicas por ano, um da região Norte faz 1,86. Em janeiro de 2023, trabalhavam no Brasil 562.229 médicos, concentrados nas capitais e em alguns estados.
As unidades da federação com mais médicos são Distrito Federal (5,5 por mil habitantes), Rio de Janeiro (3,7) e São Paulo (3,5); as com menos são Pará (1,1 médico por mil habitantes), Maranhão (1,2)e Amazonas (1,3). Coordenador do levantamento, realizado em colaboração com a AMB, Scheffer destacou o avanço das faculdades particulares de medicina, responsáveis atualmente por 90% das vagas. “É um movimento de privatização do ensino médico”, observou. Nota-se também uma concentração crescente de médicos no setor privado, no qual trabalham, exclusivamente, 28,3% dos médicos; metade (50,2%) trabalha em centros médicos privados e públicos e 21,5% apenas no público. Entre os médicos residentes, somente 12% têm interesse em trabalhar apenas ou majoritariamente no Sistema Único de Saúde (SUS). “O SUS ajuda na formação dos médicos, mas não os retém”, concluiu.

Alexandre Affonso Republicar