A dor no pós-operatório de cirurgia cardíaca é frequente. Existem poucos relatos sobre a sua relação com a função respiratória e o local mais reiteradamente relatado. O objetivo do estudo “A dor interfere na função respiratória após cirurgias cardíacas?” foi avaliar a intensidade e a localização da dor durante o período de internação e suas repercussões na função respiratória de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca eletiva. A função respiratória (volumes pulmonares, força muscular respiratória e pico de fluxo expiratório) foi avaliada nos períodos pré-operatório e pós-operatório (1º, 3º e 5º dia), utilizando os equipamentos ventilômetro, manovacuômetro e medidor de pico de fluxo expiratório. Para mensuração da dor utilizamos a escala visual analógica de dor. O local com maior frequência de dor referida foi o esterno (50% dos pacientes) e sua intensidade foi maior no primeiro dia de pós-operatório (8,32 na escala visual analógica). Em todas as variáveis analisadas houve piora dos valores em relação aos obtidos no pré-operatório e não foi observado o retorno aos valores pré-operatórios até o quinto dia de pós-operatório em todas as variáveis observadas, com exceção da frequência respiratória. Notou-se a correlação negativa entre a dor e a pressão inspiratória máxima no primeiro dia de pós-operatório. A dor pós-operatória diminuiu a função respiratória nos pacientes avaliados, prejudicando a realização de inspirações profundas, principalmente no primeiro dia de pós-operatório. Participaram do trabalho Ana Beatriz Sasseron, Luciana Castilho de Figueiredo, Núbia Maria Freire Vieira Lima e Orlando Petrucci, da Universidade Estadual de Campinas, Kerolin Trova, da Uniararas, Andréa Luciana Cardoso, da Universidade Metodista de Piracicaba, e Sarita Colasanto Olmos, da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto.
Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular – vol. 24 – nº 4 – São José do Rio Preto – out./dez. 2009
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