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Genética

Novo round da polêmica sobre a genealogia dos dinossauros

3 Nobu Tamura / wikimedia CommonsA árvore genealógica dos dinossauros continua dividindo a opinião dos especialistas nesses répteis extintos. Uma equipe de nove paleontólogos da América do Sul e da Europa publicou um estudo-resposta a um trabalho polêmico que, em março deste ano, havia proposto uma classificação filogenética alternativa para as principais linhagens de dinossauros (Nature, 2 de novembro). O novo artigo analisou os dados do controverso artigo feito por três colegas ingleses da Universidade de Cambridge e do Museu de História Natural de Londres e recalculou as relações de parentesco entre as linhagens mais antigas de dinossauros conhecidos. “Ainda é muito cedo para reescrever os livros sobre dinossauros”, comenta o paleontólogo Max Langer, da Universidade de São Paulo (USP), campus de Ribeirão Preto, principal autor do estudo-resposta e coordenador da iniciativa que reviu as ideias propostas pelo trio britânico. Langer e oito colegas trabalharam com o mesmo conjunto de informações que os ingleses haviam usado para formular sua filogenia alternativa – 457 caracteres anatômicos de 74 espécies de dinossauros – e chegaram à conclusão de que a genealogia tradicional ainda é a mais provável. A divisão clássica separa os dinossauros em dois grandes grupos: Ornithischia, que apresentavam a pélvis parecida com a de aves e incluíam espécies majoritariamente herbívoras com chifres, armaduras ou bicos semelhantes aos dos patos; e Saurischia, que tinham a cintura semelhante à de lagartos e eram formados pelos subgrupos dos terópodes (carnívoros bípedes) e dos saurópodes (herbívoros, geralmente quadrúpedes, de grande porte e pescoço alongado). Já a classificação filogenética alternativa dos britânicos mantinha o nome Saurischia, mas retirava os terópodes desse grupo, e juntava os Ornithischia e os terópodes em novo grupo batizado de Ornithoscelida. O estudo-resposta também ratifica a ideia predominante de que os dinossauros teriam surgido no hemisfério Sul, provavelmente na América do Sul, um ponto sobre o qual os ingleses lançavam dúvidas em seu artigo de março de 2017.

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