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Estratégias

Como está ciência&tecnologia em São Paulo

A FAPESP lançou, no dia 7 de maio, o segundo volume da série Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação em São Paulo. A publicação, de cuja elaboração participaram cerca de 50 estudiosos, deve constituir-se em um importante instrumento para subsidiar a formulação da política de ciência e tecnologia no Estado e no país. Afinal, seus 11 capítulos trazem dados e indicadores abrangentes de temas que vão da educação ao impacto econômico da ciência e tecnologia.

Coordenado por Ruy de Quadros Carvalho e Sandra Negraes Brisolla, professores do Departamento de Política Científica e Tecnológica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o volume foi concebido de forma a abranger três grandes blocos: indicadores de insumos para a produção científica e tecnológica, indicadores de resultados, traduzidos em produção científica e inovação tecnológica, e indicadores de impactos econômicos e sociais da pesquisa científica e tecnológica.

O primeiro bloco reúne dados sobre educação básica e superior e faz um balanço dos recursos humanos e financeiros existentes e disponibilizados no Estado para a pesquisa e desenvolvimento. Registra aumento das taxas de escolaridade média da população e crescimento de matrículas no ensino básico, cuja qualidade, entretanto, é preocupante. Quanto ao ensino superior, os indicadores apontam retomada da sua expansão, a partir de 1995, graças sobretudo à iniciativa privada. A participação relativa do segmento privado no conjunto de vagas oferecidas passou de 68%, em 1989, para 74%, em 1998, no Brasil. Em São Paulo, esse porcentual passou de 84% para 89%.

Na pós-graduação, o estudo destaca um aumento significativo do número de professores com título de mestre e doutor e a expansão dos cursos e das matrículas em São Paulo e, sobretudo, no Brasil: entre 1989 e 1998, houve um crescimento de 60% no número de alunos matriculados nos cursos de mestrado, no Brasil, e de 200% nos cursos de doutorado. Ainda neste bloco, os indicadores mostram que, enquanto o governo federal sustenta a maior parcela de pesquisadores ativos nas demais regiões do país, em São Paulo esse papel é desempenhado pelo segmento estadual e que igualmente vem caindo a participação financeira do governo federal no esforço de pesquisa paulista.

O segundo bloco trata da produção científica e da inovação tecnológica. A produção científica é medida pela publicação de artigos de pesquisadores brasileiros em periódicos científicos internacionais: a produção nacional corresponde a 1,1% da produção científica mundial. Quanto à produção tecnológica, ela é analisada tanto pelo balanço de pagamentos tecnológico quanto pelas inovações introduzidas na indústria paulista. Os indicadores revelam que, em São Paulo, em dez anos, os produtos intensivos em P&D dobraram sua participação na pauta de importação e triplicaram o seu valor. No que se refere às exportações, os resultados não foram positivos. Constatou-se, no entanto, que cerca de um quarto das empresas introduziram, no período 1994-1996, pelo menos uma inovação tecnológica de produto ou processo. Mesmo assim, o número de patentes de invenções no país, de empresas nacionais, é bastante pequeno.

O terceiro bloco traz dados sobre o impacto econômico da pesquisa e o impacto social da pesquisa em saúde, além de um levantamento sobre a ciência e tecnologia na mídia. No primeiro, são examinados estudos de impacto econômico do programa de capacitação tecnológica para exploração de petróleo em águas profundas (Procap), da Petrobras, e de impacto econômico da pesquisa agrícola, traduzida em aumento de produtividade e redução dos preços dos alimentos.

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