Um artigo assinado por 5.154 pesquisadores bateu o recorde de autores em um único trabalho científico. Das 33 páginas do artigo, publicado em maio na revista Physical Review Letters, nove foram usadas para apresentar os resultados de pesquisa e sua bibliografia. As outras 24 páginas listam os nomes dos autores e suas instituições. O paper é o primeiro publicado pelas equipes que operam o Compact Muon Solenoid (CMS) e o Atlas, dois detectores de partículas do Grande Colisor de Hádrons (LHC), o maior acelerador de partículas do mundo. Os pesquisadores obtiveram uma estimativa mais precisa da massa do bóson de Higgs, descoberto em 2012, aproximadamente 0,25% menor do que a estimativa anterior. O recorde anterior era de um artigo publicado por 3 mil pesquisadores do LHC em 2008. Se entre os físicos o conceito de “hiperautoria” é bem aceito, em outras áreas causa desconforto. A publicação em maio de um artigo assinado por 1.014 pessoas sobre o genoma da mosca drosófila gerou um debate sobre o significado da autoria num trabalho como esse. “Será que todos contribuíram para serem creditados como autores?”, indagou o neuroetologista Zen Faulkes, da Universidade do Texas. A geneticista Sarah Elgin, professora da Washington University em St. Louis, Missouri, autora sênior do paper, publicado na revista G3, defendeu a autoria múltipla.“É reunindo os esforços de muitas pessoas que se fazem bons projetos”, afirmou à revista Nature.
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