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NEUROCIÊNCIA

Experimento reaviva parcialmente órgãos

Células de fígado (no alto) e células de rim (embaixo) tratadas com fluido inerte (à esq.) e com OrganEx (à dir.)

David Andrijevic, Zvonimir Vrselja, Taras Lysyy, Shupei Zhang / Sestan Laboratory / Escola De Medicina de Yale

Pesquisadores da Universidade Yale, nos Estados Unidos, conseguiram reavivar parcialmente as células em diferentes órgãos de porcos uma hora após o coração dos animais parar de bater. A equipe do neurocientista Nenad Sestan conseguiu o feito ao bombear de maneira compassada um fluido rico em oxigênio, nutrientes e compostos protetores no sistema circulatório dos animais. A tecnologia desenvolvida pelo grupo de Yale consiste no uso de um dispositivo de perfusão – semelhante aos equipamentos que desempenham a função de coração e pulmão em certas cirurgias – associado à infusão do fluido, o OrganEx, formulado por eles. Com a estratégia, a equipe de Sestan restaurou o funcionamento de células em órgãos como o coração, os rins e o fígado – por exemplo, foram detectados sinais de atividade elétrica no coração – por até seis horas (Nature, 3 de agosto). Em 2019, o grupo havia reavivado parcialmente o cérebro de porcos quatro horas após a morte (ver Pesquisa FAPESP nº 279). Os pesquisadores vislumbram algumas aplicações: prolongar a vida de órgãos para transplante e recuperar tecidos lesados no infarto ou no acidente vascular encefálico.

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