Universidades do Reino Unido registraram um crescimento dos casos de estudantes que cometeram má conduta acadêmica por uso fraudulento de programas de inteligência artificial (IA) generativa, como o ChatGPT. Dados obtidos pela revista eletrônica Times Higher Education mostram que a Universidade de Sheffield investigou 92 suspeitas de violações relacionadas ao uso de IA no ano letivo 2023-2024 e puniu 79 estudantes – no ano letivo de 2022-2023, apenas seis casos tinham sido registrados e todos resultaram em punições. Na Universidade de Glasgow, houve 130 registros em 2023-2024 com 78 punições, mais do que o triplo do período anterior. Na Queen Mary University of London, o placar chegou a 89 casos investigados e punidos em 2023-2024, em comparação com 10 inquéritos e nove sanções nos 12 meses anteriores. Já instituições como a Universidade de Southampton afirmaram não ter registrado nenhum caso de má conduta envolvendo IA, enquanto outras não dispunham de dados consolidados, sob a alegação de que o problema é enfrentado de forma descentralizada em seus departamentos.
O cientista da computação Thomas Lancaster, especialista em integridade acadêmica do Imperial College London, disse à Times Higher Education que considera preocupante a situação das instituições sem casos registrados. “Dada a facilidade de acesso aos programas de inteligência artificial generativa, é decepcionante que universidades não estejam acompanhando o problema”, afirmou.
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