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Hidrelétricas na Amazônia

Hidrelétricas na Amazônia

Paulo BrockmannFloresta submersa: fonte de gasesPaulo Brockmann

As conclusões de duas equipes do programa Experimento de Larga Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA) devem irrigar o debate sobre hidrelétricas na Amazônia. Um estudo coordenado por Ralph Trancoso mostrou que a crescente eliminação da vegetação natural nas principais bacias hidrográficas da região deve aumentar a descarga de sedimentos nos rios e, consequentemente,  prejudicar o potencial de geração de eletricidade, devido ao assoreamento dos reservatórios. A bacia do rio Araguaia já perdeu 25% de suas florestas; a bacia do rio Tapajós, 20%; e a bacia do Tocantins, outros 20%. Alexandre Kemenes e Bruce Forsberg, também do LBA, mostraram que as hidrelétricas da Amazônia não são ambientalmente inócuas, porque podem liberar metano e gás carbônico, contribuindo para o aquecimento global. “Não são todas as hidrelétricas que liberam esses gases”, diz Kemenes. “As da Amazônia liberam, porque a floresta alagada demora muito para se decompor.” Ele examinou grandes represas nos estados de Pará, Rondônia e Amazonas e concluiu que boa parte dos gases sai das turbinas que movimentam as águas para produzir energia elétrica. Na Região Norte, a seu ver, as represas são como “biodigestores a céu aberto”.

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