Os usuários de drogas psicodélicas correm riscos que vão além do que imaginam ao comprar seus blotters (papéis absorventes) de LSD. Pesquisadores do Instituto Geral de Perícias de Santa Catarina (IGP-SC) e do Laboratório de Toxicologia da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) analisaram as drogas apreendidas em Santa Catarina entre 2011 e 2017 e constataram uma mudança na composição dos blotters. Em 2011, o LSD era a única substância encontrada. Seis anos depois, foram identificadas 25 substâncias diferentes como alucinógenos NBOMEs, anfetaminas psicodélicas (DOx) e opioides derivados do fentanil, mescalina, triptaminas, catinonas e canabinoides sintéticos (Forensic Science International, fevereiro). “Algumas delas são potencialmente fatais”, diz a perita criminal bioquímica do IGP-SC Bruna de Souza Boff, coordenadora da pesquisa. Segundo Boff, os consumidores não sabem o que estão comprando e se expõem a substâncias psicoativas cujos mecanismos de ação e toxicidade a comunidade científica ainda não teve tempo de acompanhar.
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