Como garantir o crescimento das cidades médias sem prejudicar a qualidade de vida da população? Como estabelecer prioridades para os investimentos públicos de forma a reduzir as desigualdades sociais? Foi pensando nessas questões que pesquisadores do Laboratório de Geografia Humana da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Unesp e técnicos da Prefeitura Municipal de Presidente Prudente se uniram e criaram – com o apoio da FAPESP – o Sistema de Informações Geográficas Intersetorial (SIGI), um software capaz de integrar diversos indicadores sociais para orientar a tomada de decisões.
“Mesmo que os recursos venham dos governos federal e estadual, a Constituição de 1988 deu aos municípios mais autonomia e responsabilidade na implementação de políticas públicas”, diz o coordenador do projeto, Eliseu Savério Sposito, da Unesp de Presidente Prudente.
“A idéia do projeto é produzir um software barato, de operação simples, que, uma vez instalado nos computadores da prefeitura, possa ser alimentado com dados que se encontram dispersos”, explica Sposito. Na primeira fase, o programa gerou um mapa-síntese, que os pesquisadores chamaram de mapa da exclusão social no município de Presidente Prudente. Isso permitirá agilizar decisões em situações de emergência, como num surto de dengue, por exemplo.
Agora, na segunda fase, os pesquisadores estão ampliando o elenco de variáveis e aprimorando a arquitetura do software. Depois de experimentado em Presidente Prudente, o programa vai passar por testes em outros municípios. “Nosso objetivo foi dar às prefeituras um instrumento para ajudá-las a promover a inclusão social”, diz Sposito. “Não podemos afirmar que isso vai realmente acontecer, mas podemos pelo menos garantir que, se não ocorrer, não será por falta de informação.”
Republicar