O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está comprando 16% do capital da Recepta Biopharma, empresa brasileira de pesquisa e desenvolvimento (P&D) que conduz testes clínicos em pacientes com tumor de ovário utilizando um fármaco em desenvolvimento, o anticorpo monoclonal RebmAb100. O banco, por intermédio do BNDES Participações, e dois sócios privados da empresa, os empresários Emílio Odebrecht e Jovelino Mineiro, vão investir R$ 35 milhões na empresa para desenvolver a segunda fase de testes do RebmAb100, além de um segundo tipo de anticorpo monoclonal, o RebmAb200. Os dois medicamentos poderão ser testados contra vários tipos de câncer. A Recepta é dirigida por José Fernando Perez, professor aposentado do Instituto de Física da USP e diretor científico da FAPESP entre 1993 e 2005. O aporte de recursos faz parte da estratégia do BNDES de fortalecer a indústria em biotecnologia, formando parcerias entre empresas de P&D como a Recepta e companhias responsáveis pela produção e distribuição de medicamentos. “Estaremos dando um passo significativo para a redução da vulnerabilidade do Sistema Único de Saúde, que é a dependência total das importações no abastecimento de produtos biotecnológicos”, disse ao jornal Valor Econômico Pedro Palmeira, do BNDES. O anticorpo monoclonal RebmAb100 recebeu da Food and Drug Administration (FDA), dos Estados Unidos, a designação de droga órfã para tratar câncer de ovário. O status é dado para drogas que tenham demonstrado potencial eficácia no combate a doenças com incidência relativamente baixa e de menor interesse comercial.
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