A pressão de 1.500 cientistas da Itália levou o governo daquele país a voltar atrás na decisão de proibir até mesmo pesquisas com alimentos transgênicos (plantas geneticamente modificadas). As autoridades decidiram proibir os estudos seguindo a tendência de todos os países da União Européia (UE) de proibir o cultivo de transgênicos. Pesquisadores de grande prestígio, como os laureados com o Nobel de Medicina Renato Dulbecco, em 1975, e Rita Levi-Montalcini, em 1986, encabeçaram um manifesto, em fevereiro, exigindo liberdade para pesquisa e contra o veto a experimentos com transgênicos.
O principal alvo do documento foi o ministro da Agricultura, Afonso Pecoraro, acusado de atrasar a pesquisa italiana em agrobiotecnologia sem nenhuma base concreta. Alguns dias depois da divulgação do manifesto, o governo voltou a permitir esse tipo de trabalho científico. Também no mês passado, foi aprovado um conjunto de regras para pesquisa, plantio e comercialização desses alimentos na Europa. A regulamentação precisará ser ratificada nos próximos 18 meses por 15 países membros da UE. Ocorre que alguns países, como França, Grécia, Dinamarca, Luxemburgo, Itália e Áustria, querem mais restrições para aceitar o fim definitivo do embargo. A disputa ainda parece longe do fim.
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