Com seus pequenos tentáculos vermelhos revestidos por uma substância gosmenta, as plantas carnívoras do gênero Drosera são caçadoras de pequenos insetos. Ao pousar em sua flor, eles ficam grudados e acabam digeridos. Alguns invertebrados, no entanto, conseguem burlar a armadilha mortífera e, em vez de virarem comida, roubam as presas, uma estratégia de alimentação conhecida como cleptoparasitismo. É o caso de larvas de moscas-das-flores da espécie Toxomerus basalis, conforme descreveu um grupo liderado pelo botânico alemão Andreas Fleischmann, da Coleção Botânica de Munique. A equipe analisou ao microscópio eletrônico de varredura a morfologia de larvas encontradas em plantas no pico do Padre Ângelo, em Minas Gerais, e fez análises genéticas para confirmar a sua identidade (PLoS One, 4 de maio). Os pesquisadores descreveram e confirmaram a observação feita 20 anos antes pelo biólogo Fernando Rivadavia, da empresa norte-americana de biotecnologia Illumina, à época estudante de graduação apaixonado por plantas carnívoras. É o primeiro registro de larvas de moscas cleptoparasitas em plantas com tentáculos adesivos. O achado sugere que a estratégia pode ser mais comum do que se sabe.
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