Em Machado de Assis, a loucura, seu lugar na sociedade de então e as tênues fronteiras que a separam da razão tornaram-se preocupação constante a partir de 1880, quando houve uma inflexão em sua obra, de acordo com a pesquisadora Elizabeth Maria Freire de Araújo Lima, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Por outro lado, o escritor foi referido inúmeras vezes em estudos clínicos interessados na investigação das relações entre arte e loucura. No artigo “Machado de Assis e a psiquiatria: um capítulo das relações entre arte e clínica no Brasil”, a autora indica de forma breve a visão da psiquiatria brasileira a respeito das artes, dos artistas e do processo de criação nas primeiras décadas do século XX. E apresenta três estudos dedicados ao escritor e sua obra produzidos nesse período por psiquiatras que interpretaram fenômenos artísticos sob o ponto de vista da psicopatologia, buscando explicitar a lógica interna a essas abordagens.
História, Ciência, Saúde-Manguinhos – vol. 16 – nº 3 – Rio de Janeiro – jul./set. 2009
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