Em vez de mogno, alder, ash ou basswood, madeiras frequentemente usadas na fabricação do corpo de guitarras, o músico Rodrigo Novaes desenvolveu uma versão do instrumento feita com um compósito polimérico reforçado por uma fibra vegetal inusitada: os resíduos do malte de cereais que foram empregados na fabricação da cerveja. Em testes, as propriedades acústicas do material se assemelharam às do caro e nobre mogno e foram ligeiramente superiores às do marupá, madeira empregada no Brasil para a confecção de certas guitarras. O desenvolvimento do instrumento com pegada ecológica fez parte do trabalho final do curso de desenho industrial que Novaes concluiu em 2014 na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O material, que junta uma base de resina epóxi e os restos de malte, foi apresentado durante o 12º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, realizado em outubro. “A ideia é trocar a base polimérica de epóxi por uma resina à base de óleo de mamona para tornar o material compósito completamente sustentável”, diz Novaes, que entrou com o pedido de patente do compósito no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi).
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