Um novo sistema de monitoramento baseado em Intranet e Internet vai permitir avaliar os resultados das políticas agrícolas praticadas pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado de São Paulo, que passa por uma fase de reestruturação. O projeto está sendo desenvolvido por pesquisadores da Embrapa Monitoramento por Satélite, com apoio da FAPESP, e deverá gerar indicadores de impacto social e ambiental que permitam medir a eficácia dos nove principais programas implementados pela secretaria. As previsões são de que dentro de um ano e meio o sistema esteja totalmente implantado na capital e nas 40 regionais distribuídas pelo estado.
“A secretaria montou um programa que não está baseado exclusivamente em metas quantitativas de produção agrícola, mas em indicadores sociais e ambientais. O que se pretende é criar oportunidades de trabalho para deter a evasão rural, aumentar o valor da produção agrícola e ao mesmo tempo cuidar da preservação das bacias hidrográficas, da conservação do solo etc.”, afirma o coordenador do projeto, Evaristo Eduardo de Miranda, da Embrapa.
A parceria com a universidade trouxe o apoio científico necessário para essa mudança de rumo. O projeto visa a fornecer instrumentos ágeis, capazes de medir os reais impactos desses programas na melhoria das condições de vida no campo. Para isso, é preciso conhecer em detalhes as particularidades de cada região. A agricultura é uma atividade que abrange a maior parte do território do Estado, é bastante diversificada, opera sob condições de infra-estrutura que variam muito de região para região e tem aspectos ambientais a considerar. “Era preciso desenvolver métodos que dessem conta dessa diversidade espacial e também da dinâmica da atividade agrícola”, conta Miranda.
O projeto foi concebido na forma de um site , para que as informações fiquem disponíveis aos técnicos e também ao público – a população poderá opinar, em contrapartida, por meio do portal da secretaria, o que permitirá checar se os programas em andamento estão afinados com a realidade vivida no campo. O mapeamento da situação de todo o Estado está sendo feito pelas regionais da secretaria, que vão alimentar um banco de dados central via Intranet, de forma sistemática e padronizada. Dentro de seis meses, algumas informações já estarão disponíveis para o público, mas a previsão para o mapeamento completo é de um ano e meio.
O programa terá uma interface amigável, tanto na Intranet, para facilitar o trabalho de alimentação do sistema, como na Internet, para consulta aos dados. Ele foi planejado também para permitir a análise de situações específicas de um município ou de uma região, por exemplo, e também trará informações globais, abrangendo todo o Estado. “Vai ser possível saber, por exemplo, como está a geração de empregos no município de Avaré ou o que está sendo feito para a melhoria da qualidade de vida em Bauru ou ainda o que está sendo bacia do Tietê”, diz Miranda.
Republicar