Uma análise de pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro nas 14 áreas urbanas mais populosas do país registrou um excesso (valor além do normal) de 48.075 mortes relacionadas às ondas de calor verificadas de 2000 a 2018, principalmente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. As Regiões Metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Recife, Belém e Cuiabá apresentaram as maiores taxas de mortalidade relacionadas ao calor. Os grupos mais vulneráveis foram de idosos, mulheres, pessoas autodeclaradas pretas e pardas, com menor nível de escolaridade ou comorbidades, como o câncer. As principais causas de morte durante as ondas de calor estavam associadas com doenças cardiovasculares e respiratórias. Os autores desse estudo acentuam que “o fortalecimento da atenção primária à saúde combinado com a redução das desigualdades socioeconômicas e de gênero representa um passo crucial para reduzir as mortes relacionadas ao calor no Brasil”. De acordo com uma análise da mortalidade e temperatura entre 326 cidades da América Latina, para cada 1 grau Celsius (oC) de aumento de temperatura, estima-se uma elevação de 5,7% no risco de morte, em especial entre idosos com doenças cardiovasculares ou câncer (preprint, SSRN).
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