Um experimento realizado na cidade de Juazeiro, na Bahia, mostrou resultados animadores. Lá, mosquitos Aedes aegypti transgênicos produzidos pela empresa inglesa Oxitec estão sendo liberados desde 2011. Segundo a coordenadora do experimento, a professora Margareth Capurro, da Universidade de São Paulo (USP), a supressão da população de mosquitos foi de 80%. Apenas os machos (que não transmitem a doença) são soltos. Eles possuem um gene modificado que produz uma proteína fatal para a prole do cruzamento com fêmeas normais existentes no ambiente (ver em Pesquisa Fapesp nº 180). Enquanto isso, a liberação dos mesmos mosquitos da Oxitec na ilha de Key West no sul do estado da Flórida, nos Estados Unidos, está provocando uma reação contrária da população. Uma petição com mais de 100 mil assinaturas colhidas durante três meses quer a proibição, conforme informou a revista Nature em 17 de julho. O objetivo da liberação é controlar o mosquito que transmite a dengue, doença diagnosticada em 94 pessoas na ilha desde 2009. Para Margareth, o que aconteceu no Brasil foi bem diferente em relação ao que ocorre nos Estados Unidos, onde a empresa requereu sozinha o registro e o experimento do mosquito naquele país. Aqui, a liberação foi aprovada pela CTNBio, que é a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança, e teve a participação de outra empresa, a Moscamed, também de Juazeiro. “O time brasileiro e os esclarecimentos à população antes da liberação fizeram a diferença”, diz Margareth.
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