Os 57 Estados membros da Organização para a Cooperação Islâmica (OIC) foram duramente criticados por pesquisadores e membros do comitê de ciência e tecnologia da própria instituição, o Comstech. As reclamações tinham como alvo um comunicado, aprovado numa reunião de cúpula da OIC no Cairo, no mês passado, em que os países membros comprometeram-se, como de costume, a aumentar os recursos investidos em ciência, encorajar parcerias com o setor privado em pesquisa e desenvolvimento e apostar em novas tecnologias. Não que os críticos discordem. Eles só não acreditam que a disposição seja real.
“São sempre as mesmas resoluções vazias que nunca vêm acompanhadas de qualquer ação concreta”, disse Atta-ur-Rahman, ex-coordenador-geral do comitê, à agência SciDev.Net. “Os Estados membros aprovam, a cada ano, orçamentos de US$ 15 milhões para programas do comitê científico, mas a soma de suas contribuições não chega nem a US$ 1 milhão”, afirmou. Segundo Mohammed Ali Mahesar, assistente do atual coordenador-geral do Comstech, verbos como “estimular”, “encorajar” e “aconselhar” são sempre usados nas resoluções da OIC, porque não geram obrigações.