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Políticas públicas

Muitas mortes nas estradas africanas

Olga Ernst / Wikimedia CommonsSinalização na África do Sul, para evitar acidentesOlga Ernst / Wikimedia Commons

Mesmo que abrigue apenas 15% da população global e 3% dos veículos, o continente africano responde por quase 20% de 1,2 milhão de mortes anuais no trânsito. Um estudo da empresa Science Africa com a Organização Mundial da Saúde (OMS) mostrou que as reportagens jornalísticas contribuem pouco para mudar a situação. As notícias frequentemente atribuem as mortes de pedestres a falhas individuais e os acidentes de trânsito ao mau comportamento, sem considerar problemas sistêmicos, como estradas inseguras, fiscalização inadequada e falta de calçadas e de pontos de travessia. Das 932 reportagens analisadas, 65% trataram as colisões e os atropelamentos como eventos isolados, sem fornecer o contexto, como o número de fatalidades anteriores na mesma área, apenas 14% mencionaram leis de segurança nas estradas e 11% a qualidade da infraestrutura. Os textos foram publicados por 25 grandes jornais e emissoras de televisão de Gana, Quênia, Nigéria, África do Sul e Tanzânia de setembro de 2021 a setembro de 2024. O relatório recomenda que os jornalistas examinem o contexto, em vez de se concentrarem apenas em motoristas e pedestres, e acompanhem as causas de acidentes e colisões, como as condições das rodovias ou falhas na manutenção de veículos (ScienceAfrica, 7 de fevereiro).

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