Os indicadores econômicos têm tido presença dominante quando se trata de avaliar os impactos das pesquisas agrícolas. Agora, a Unicamp desenvolve projeto que pretende alcançar também reflexos ambientais, sociais e de capacitação profissional gerados em decorrência delas. “Vamos considerar cada uma dessas áreas, separadamente, para depois colocar todos os fatores na mesma tábua e, então, analisar”, explica o pesquisador Claudenício Ferreira, do departamento de Política Científica e Tecnológica do Instituto de Geociências da Unicamp. Essa ferramenta de análise global vem sendo elaborada com apoio da FAPESP e em parceria com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, que abriu as portas do Instituto Agronômico de Campinas (IAC).
Dois programas tecnológicos do IAC, por sinal, servem de modelo para esse trabalho: Mudas Sadias para a Citricultura, iniciado em 1990, e Pró-Cana, que começou em 1992. Segundo Claudenício Ferreira, “a intenção é criar uma metodologia aplicável a qualquer programa tecnológico”. Agências financiadoras, universidades e empresas privadas vão poder conhecer a real utilidade das pesquisas que financiam e desenvolvem. “É preciso ter retorno do dinheiro investido, principalmente para saber priorizar futuros investimentos”, observa o pesquisador.
O projeto está na fase de execução desde dezembro passado e já conta com o concurso de novos participantes, entre eles a Embrapa, o Instituto de Economia da Unicamp, o Instituto Interamericano de Cooperação Agrícola, da Costa Rica. Mesmo a análise econômica, que se restringirá a indicadores de produtividade, será mais bem detalhada, relacionando, por exemplo, quais os impactos das pesquisas do IAC nos investimentos em melhoramento genético feitos por empresas privadas. Nas áreas social, de meio ambiente e de capacitação, será avaliado o aumento ou a diminuição no número de empregos, o grau de poluição e a utilidade do treinamento gerados pelas tecnologias.
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