Nanomateriais podem ser prejudiciais à qualidade de águas e saúde ambiental, alertou Diego Stéfani Martinez, pesquisador do Laboratório de Química do Estado Sólido (LQES) do Instituto de Química (IQ) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em um congresso internacional sobre segurança de nanomateriais realizado em novembro de 2012 na França. Como resultado de um experimento feito com tilápias expostas a diferentes concentrações de nanotubos de carbono e chumbo por períodos de até 96 horas, ele e outros pesquisadores do LQES e do Instituto de Pesca de São Paulo, em Cananeia, concluíram que os nanotubos podem aumentar em até cinco vezes a toxicidade aguda do chumbo para essa espécie de peixe (Journal of Physics: Conference Series, março). Isoladamente, os nanotubos não mostraram nenhum sinal de toxicidade aguda até o limite de 3 miligramas/litro, mas aparentemente causaram uma redução no consumo de oxigênio e na eliminação de amônia pelos peixes. Os autores desse trabalho chamam a atenção para as implicações de nanomateriais em ambientes aquáticos e suas interações com poluentes comuns como o chumbo.
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