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Geologia

No Atacama, sinais do passado remoto da Terra

Montes verdes de estromatólitos florescem no fundo de uma lagoa em Puna de Atacama, na Argentina

Brian Hynek

Em Puna de Atacama, região árida no norte da Argentina que faz parte do altiplano andino, um ecossistema formado por lagoas e planícies de sal pode representar uma janela para entender o passado remoto da Terra. Em um trabalho de campo realizado em 2022, o geofísico Brian Hynek, da Universidade do Colorado em Boulder, nos Estados Unidos, percebeu que as águas cristalinas das lagoas deixavam entrever um tom esverdeado vindo de seu leito. Na base desses corpos de água, ele identificou comunidades microbianas complexas que formam montes gigantes de rocha à medida que crescem, em um processo similar ao dos corais que formam um recife, milímetro a milímetro. O nome técnico desse tipo de formação é estromatólito. Em salinas, não é raro encontrar hoje em dia estromatólitos. Embora modernos, os de Puna seriam diferentes de seus congêneres atuais e se pareceriam mais com os fósseis de estromatólitos de 4 e 2,5 bilhões de anos atrás. Os estromatólitos atuais tendem a ser relativamente pequenos. Como sua versão fóssil, os das lagoas de Puna de Atacama chegam a 4,5 metros (m) de largura e de altura. “Acreditamos que esses montes estão crescendo a partir dos micróbios, como ocorreu com as versões antigas de estromatólitos”, comentou Hynek, que apresentou em dezembro do ano passado os resultados do trabalho de campo na reunião anual da Associação Geofísica Norte-americana (Newsletter da Universidade de Colorado, 6 de dezembro de 2023).

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