Pessoas com até 40 anos que vivem em municípios pobres da Região Metropolitana de Santiago, no Chile, correm um risco 3,1 vezes maior de morrer por complicações associadas à Covid-19 do que as que moram em regiões mais abastadas. Da mesma forma, indivíduos com idades entre 41 e 80 anos habitantes de áreas mais vulneráveis tendem a ser mais afetados pela pandemia do que a população da mesma idade em regiões mais ricas, segundo estudo coordenado pela bióloga Pamela Martinez, da Universidade de Illinois, nos Estados Unidos. Ela e equipe analisaram o número de casos e mortes por Covid-19 nos 34 municípios da grande Santiago. Também avaliaram a mobilidade dos moradores nos períodos em que o governo impôs medidas mais restritivas de distanciamento social. Os pesquisadores verificaram que a mobilidade de quem vive em áreas pobres se manteve inalterada – possivelmente porque essas pessoas não tinham condições de trabalhar em casa (Science, 27 de abril). Os moradores das áreas pobres também tiveram menos acesso a testes para diagnóstico da doença. Os dados reforçam a tese de que disparidades socioeconômicas acentuam os impactos da pandemia.
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