O gasto das famílias e dos órgãos públicos de saúde com cada criança nascida em 2015 ou 2016 com Síndrome Congênita do Zika (SCZ) grave deve atingir estimados R$ 258 mil em 10 anos. É um valor bem mais alto que o das com síndrome moderada (R$ 150 mil) e normais, sem zika (R$ 63 mil), de acordo com um estudo que reuniu especialistas da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Os pesquisadores avaliaram 12 categorias de custos recorrentes – como visitas a serviços médicos, hospitalização, medicamentos, próteses, entre outros – por criança nos três primeiros anos após o nascimento por meio de entrevistas com 484 cuidadores, dos quais 213 no Recife, o epicentro da epidemia da SCZ de 2015 a 2017, e 271 na cidade do Rio de Janeiro, que funcionou como grupo-controle, por ter sido menos atingida. A análise indicou que o governo cobre 97% do custo econômico social do atendimento médico das crianças com SCZ grave, mas apenas 46% dos casos de gravidade moderada. Do final de 2015 ao final de 2019, 3.474 crianças foram diagnosticadas com microcefalia, uma das manifestações da infecção por zika (BMJ Global Health, julho).
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