Conseguir produzir animais transgênicos – aqueles que contêm um gene de outro ser vivo introduzido no próprio genoma – parecia uma daquelas notícias que não atraíam mais ninguém. Até que, em janeiro, o Centro Regional de Pesquisa sobre Primatas do Oregon, nos Estados Unidos, apresentou ANDi (de “DNA inserido”, em inglês, ao contrário), o primeiro prima- ta geneticamente modificado. Ele recebeu um gene de água-viva e é o resultado da busca dos cientistas por uma cobaia ideal para pesquisas sobre Aids, câncer, Alzheimer, Parkinson e diabete, entre outras doenças, por ser muito próximo do homem – seu genoma é 98% igual ao do ser humano.
ANDi é um macaco rhesus, nascido em 2 de outubro de 2000, saudável e brincalhão. Para chegar até ele, foi inserido o gene GFP (proteína verde fluorescente) em 224 óvulos, mas só 40 embriões foram obtidos e cinco gestações ocorreram. De todas as tentativas, apenas ANDi nasceu com o DNA alterado. “Macacos transgênicos vão acabar com o abismo que existe entre homens e camundongos”, explica Geral Schatten, que liderou a equipe de pesquisa. O problema é que o custo de produção é alto, em relação às cobaias tradicionais. “Para muitas doenças, o camundongo ainda será a melhor opção”, avisa Anthony Chan, um dos autores do trabalho.
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