A análise dos dados diários de chuva registrados por meio de 600 estações meteorológicas dos nove estados do Nordeste brasileiro indica que a variação da precipação pluviométrica está longe de ser uniforme em toda a região, considerada a mais seca do país. Nas localidades do semiárido, a quantidade de dias em que esse fenômeno ocorre ao longo dos meses do ano oscila muito mais do que na zona da mata e no agreste. Esse tipo de variação também está presente quando se compara a média de dias de chuva dos estados nordestinos. De acordo com um estudo de pesquisadores da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) e da Universidade Federal de Sergipe (UFS), no Maranhão, por exemplo, pode chover apenas dois dias por mês (em agosto e setembro) ou 18 dias em março (Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental). Em Sergipe, o número de dias de chuva num mês vai de um mínimo de quatro (em novembro, dezembro e janeiro) a um máximo de 16 (em julho). Para calcular as médias pluviométricas, o estudo levou em conta informações levantadas apenas por estações meteorológicas que operam continuamente ao longo de 30 anos. Foi considerado um dia com chuva quando houve precipitação superior a 0,1 milímetro. De acordo com o estudo, o padrão de chuvas em algumas localidades, como na pernambucana Juazeiro dos Cândidos, foi completamente aleatório no período estudado.
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