Um teste genético concebido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) pode acelerar o melhoramento do gado leiteiro girolando, criado no Brasil a partir do cruzamento de animais da raça gir, resistente a climas quentes, com os da raça holandesa, tradicional produtora de leite. A partir do material genético extraído de células do sangue, o teste permite verificar se o touro ou a vaca candidatos a se tornarem reprodutores apresentam os marcadores moleculares associados às características que se deseja desenvolver no rebanho, como maior capacidade de produzir leite e resistência a doenças. Os marcadores de DNA usados no teste genético foram estimados a partir de informações do banco de dados e pedigree da Associação Brasileira de Criadores de Girolando. O cruzamento desses dados permite determinar, com maior precisão e em menos tempo, quais os machos e fêmeas com maior capacidade reprodutiva e de produção de leite. Lançado para o mercado em maio deste ano, o teste pretende ser uma alternativa mais ágil aos métodos tradicionais de melhoramento, que podem durar uma década porque se baseiam no cruzamento de animais e na avaliação da produtividade das filhas. A nova ferramenta é fruto de uma parceria da Embrapa Gado de Leite com a associação dos criadores e as empresas CRV Lagoa e Zoetis. “A avaliação genômica abre a possibilidade de tornar mais rápido o melhoramento dos rebanhos e de, no futuro, otimizar o uso de barrigas de aluguel, uma vez que queremos adaptá-lo para permitir a avaliação genética de embriões antes da implantação”, explica o zootecnista Marcos Vinícius Barbosa da Silva, da Embrapa Gado de Leite. “Atualmente trabalhamos para adaptar esse sistema para a raça gir leiteiro.”
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